Umbanda

A Umbanda é um sistema religioso espiritualista e naturista, isto é, se manifesta através das forças da natureza, e que tem por base a prática da caridade. Tem como uma de suas raízes a forte influência africanista, cultuando os Orixás, que não são divindades ou semideuses, mas sim, complexos vibratórios e energéticos, criados e emanados do Astral Superior, traduzidos aqui na Terra, como energias que emanam da natureza, as quais manipulamos para o nosso próprio equilíbrio, buscando evolução espiritual através da caridade direta.

A Umbanda exalta a prática da caridade, o respeito às coisas da natureza. Procura, por todas as formas e meios, evidenciar a imortalidade da alma, a necessidade do reencarne, a Lei do Karma. A Umbanda, em sua essência, é em verdade a religião da não-agressão, a religião do perdão. Para trás, portanto, aqueles que pensam que a Umbanda se presta a servi-los em seus mais variados e ignominiosos desejos. Não, a Umbanda é uma religião-ciência essencialmente fraterna e igualitária, não havendo em sua pureza, qualquer discriminação ou mesmo preconceitos, sejam eles quais forem.

De maneira geral, a Umbanda é muito mal compreendida por grande percentual dos adeptos de religiões, bem como por certas camadas de nossa sociedade, que a priori a julgam um monte de primitivas crendices permeadas com pajelanças fetichistas. A Umbanda não é nada disso, é, sobretudo, aplicação da sabedoria mágica do passado, de culturas que já se foram ou se transformaram no cenário terreno. Aos cuidados de uma hierarquia espiritual da magia branca, submete-se a um trabalho edificante em auxílio à humanidade sob a égide das leis naturais da evolução, segundo os princípios reguladores de causas e efeitos.

A Umbanda nada tem a ver com a dita Macumba. Também não é sinônimo de Candomblé. Apesar de também louvar os Orixás, existem algumas particularidades que diferenciam uma religião da outra.

Saravá Umbanda!

Saiba Mais sobre a Umbanda

Congá

O Congá é o recinto destinado aos rituais propriamente ditos, o local onde as Entidades mediunizam seus médiuns para atuarem nos diversos ritos de terreiro. É portanto um local sagrado, destinado às coisas sagradas. Geralmente possui 7 imagens, geralmente de santos católicos, que representam os Orixás:

Essas imagens variam de templo para templo. Em muitos terreiros, essas imagens são imprescindíveis, sendo necessárias ao bom andamento dos trabalhos em virtude aos consulentes (ou assistência), através de suas correntes mentais, dirigem suas atenções a esse ou aquele “santo”, servindo-lhes de ponte de fixação, o qual desencadeia a poderosa corrente de fé.

Sincretismo

O Orixá é uma vibração cósmica, e como vibração e energia primordial, guardam determinadas características que se assemelham muito às de certos santos do culto católico. Daí faz todo o sentido o chamado sincretismo. Isso não significa que os Orixás sejam tais santos, absolutamente.

LinhaSincretismo
Oxalá (Orixalá)Jesus Cristo
YemanjáNossa Senhora
OgumSão Jorge
OxossiSão Sebastião
XangôSão Jerônimo
Yori (Crianças)São Cosme e Damião
Yorimá (Pretos-Velhos)São Cipriano ou São Lázaro

7 Linhas Sagradas de Umbanda

Nos primórdios do Movimento Umbandista, surgiu, através de seus Emissários, representados inicialmente pelas Entidades da faixa vibratória espiritual que denominamos Ogum, o conceito de Linha Espiritual. Após as Entidades da faixa vibratória de Ogum, vieram os Oxossi, os Xangô, os Yorimá, os Yori, os Yemanjá. Isso aconteceu de forma muito oportuna, apresentados através da mediunidade de uns e outros reais e verdadeiros veículos da Corrente Astral de Umbanda.
É uma tarefa difícil escrever sobre as 7 Linhas ou 7 Vibrações Originais, pois elas são entendidas segundo o alcance de cada um. Assim, o grau de variedade de entendimento das humanas criaturas fez e faz com que as várias Entidades Espirituais militantes na Corrente Astral de Umbanda adaptem alguns conceitos segundo o alcance de cada um. E sempre que podem lançam um conceito superior ao dado anteriormente, mas tudo de forma bem sutil e numa profunda e criteriosa ação psicológica.
Sabemos que as 7 Potências representativas da Sagrada Umbanda são: ORIXALÁ, OGUM, OXOSSI, XANGÔ, YORIMÁ, YORI, YEMANJÁ. Note-se que, das 7 Vibrações Originais, as três primeiras se relacionam como a letra O, a do centro com a letra X e as 3 últimas com a letra Y

Forma então um conjunto Uno, Unitário, o qual também geometricamente e numerologicamente representa e traduz o vocábulo Aumbandan, sendo portanto seus sinais ou conjunto geométrico um valioso talismã, após ser devidamente imantado, é claro.
Todos os Seres Espirituais estão debaixo de uma Vibratória Original e se agrupam segundo suas afinidades em 7 Vibrações Originais diferentes. O Ser Espiritual encarnado pode, numa encarnação, estar debaixo da cobertura de uma faixa espiritual e numa outra reencarnação estar numa faixa espiritual diferente da anterior. Isso se explica em virtude dos ajustes necessários a serem feitos no caráter, nas vibrações, na personalidade e nos atributos de cada um. Isso acontecerá até que seja encontrado o equilíbrio vibratório necessário, sendo que a partir desse momento entra o Ser em consonância com sua faixa afim, sintonizando-se com as vibrações de seu Orixá Original.
Como então identificar positivamente nossas Vibrações Espirituais? Existem influências sutis e determinadas sobre a constituição mental, emocional, física, fisionômica e até sobre o biótipo do indivíduo que se encontram na dependência do signo de seu nascimento, o signo regente. É também muito claro que ninguém nasce num determinado signo por acaso, o mesmo acontecendo com o dia, hora, linha de força atuante, etc. Assim sendo, o dia e o mês do nascimento determinarão qual o signo que regerá o indivíduo. A hora do nascimento é muito importante, pois dá as características astro-emotivas do indivíduo, tais como emotividade, proteções supranormais, sensibilidade, mediunismo e características de vitalidade, ou seja, características de seu corpo astral, etérico e aura. É o chamado ascendente do indivíduo. O dia da semana também é importante, pois há de produzir reforços ou debilidades, conjunções ou oposições de forças, tudo na dependência dos compromissos do indivíduo e da Lei Kármica afeta a ele.
A tabela abaixo apresenta algumas relações e correlações interessantes:

VIBRAÇÃO ORIGINALSIGNODIA DA SEMANACOR VIBRATÓRIAASTRO REGENTE
ORIXALÁLEÃODOMINGOBRANCOSOL
YEMANJÁCÂNCER2ª FEIRAAMARELOLUA
OGUMÁRIES3ª FEIRAALARANJADOMARTE
ESCORPIÃO
OXOSSITOURO6ª FEIRAAZULVÊNUS
LIBRA
XANGÔSAGITÁRIO5ª FEIRAVERDEJÚPITER
PEIXES
YORIGÊMEOS4ª FEIRAVERMELHOMERCÚRIO
VIRGEM
YORIMÁCAPRICÓRNIOSÁBADOLILÁSSATURNO
AQUÁRIO

Roupagens Fluídicas: Caboclos, Pretos-Velhos e Crianças

O Movimento Umbandista da atualidade, as 7 Vibrações Originais ou as 7 Linhas da Umbanda se entrosam com suas Entidades em 3 formas de expressão ou apresentação, ou seja, 3 “roupagens fluídicas” diferentes, assim distribuídas:

CABOCLOSOXALÁ
OGUM
OXOSSI
XANGÔ
YEMANJA
PRETOS-VELHOSYORIMÁ
CRIANÇASYORI

Qual o motivo de escolherem essas formas? Por que se travestir com essas roupagens fluídicas? Primeiro, escolheram estas variações regionais para facilitar o contato com aqueles que ainda traziam fortes traços culturais. Assim, os brasileiros de origem ameríndia facilmente se identificaram com os “Caboclos”; os brasileiros de origem africana se identificaram com os “Pais-Velhos”; os de origem européia se identificaram com as “Crianças”, e assim por diante.

Um segundo aspecto é que Crianças, Caboclos e Pais-Velhos representam as três etapas da vida humana: infância, maturidade e senilidade, aspectos esses presentes em todas as raças. O terceiro aspecto são os valores inconscientes ou arquetípicos que essas roupagens traduzem. Assim, a Criança é símbolo de Amor e Pureza; o Caboclo é símbolo da Fortaleza e da Atividade; o Pai-Velho é símbolo da Sabedoria e da Humildade.

Defumação

A defumação é a queima ritualística de certas ervas ou essências sólidas. Quando bem preparada e bem selecionada, produz efeitos surpreendentes. Costumamos dizer que a defumação neutraliza, dissipa e limpa o corpo físico daquilo que “água e sabão não tiram”. Sim, pois a defumação interpenetra o campo astral, o campo mental, a aura, purificando-os, limpando-os, organizando-os, trazendo o equilíbrio e a harmonia do corpo e da mente.
Sabemos que o médium funciona como força de atração, captando as energias, tanto positivas como negativas, advindas das influências sofridas pelo contato com as vibrações sutis ou pesadas de pessoas encarnadas e desencarnadas. Como a terra ainda acolhe espíritos em sua grande maioria de pouca evolução moral, estando os médiuns na mesma faixa, é mais fácil captar as vibrações pesadas que se afine mais com as nossas. Assim sendo, o socorro espiritual em função dos necessitados seria grandemente prejudicado se não fizesse uma higienização – ou defumação – do médium antes da iniciação da mesma.
A defumação é necessária porque ainda não somos capazes de usar a própria forma espiritual como instrumento de defesa do próprio corpo astral. Usa-se a defumação para sanar ou lavar o corpo astral das larvas ou vibrações pesadas diversas que motivam enfermidades misteriosas, desequilíbrios e disfunções desastrosas para o corpo físico. Sabemos que o aroma de certas plantas, ou mesmo o incenso queimado desperta a nossa sensibilidade permitindo uma maior elevação da mente para o necessário contato com o Plano Superior, de onde emanam as vibrações do bem e do amor. Usa-se para defumar ambientes físicos ou pessoas, certas plantas devidamente preparadas, secas e pulverizadas, como alfazema, jasmim, grãos ou pó de café, comigo-ninguém-pode, arruda, guiné, etc.
No momento de serem defumados, os médiuns devem se recolher em atitude de respeito, voltado para dentro de si mesmo, na busca de Deus, uma petição fervorosa de sua graça e de sua benção, girando no sentido horário para fazer a limpeza completa do corpo astral. Os médiuns retardatários não devem tomar parte da corrente antes também que seja promovida sua limpeza, para que não desarmonizem a vibração positiva da corrente.

Incorporação

As relações entre os Espíritos e os médiuns se estabelecem por meio de seu corpo astral. Assim, o Espírito comunicante não “entra” no corpo do médium, não incorpora. Daí entende-se que a palavra incorporação é mal empregada, levando muita gente a interpretações errôneas. Sendo o corpo físico a condensação do corpo espiritual, não é possível que haja penetração, como se dois espíritos ocupassem – materializados astralmente – o mesmo espaço. Seria mais correto empregar o termo psicofonia, por exemplo.
O que ocorre no fenômeno mediúnico são ligações fluídicas, atuando sobre os chacras, sobre plexos, sobre glândulas, sobre lugares enfraquecidos, de menor resistência, com aproveitamento da parte mais atingível do encarnado. São transmissões de pensamentos, telepatia, influências mentais, irradiações de fluidos, “chuvas”de idéias que acabam quase por hipnotizar a “vitima”.    O espírito que deseja comunicar-se procura um indivíduo apto a receber-lhe as impressões e servir-lhe, nem sempre com consciência do médium. A ligação é feita de acordo com o grau de afinidade existente entre ambos.
É através da sintonia e equilíbrio da frequência do corpo astral do médium com o da Entidade Astral que, em princípio, se processam os fenômenos mediúnicos. O papel do médium seja ele consciente ou não, é sempre passivo, visto que servindo de intérprete neste intercâmbio, deve compreender o pensamento do Espírito comunicante e transmiti-lo sem alteração, o que é mais difícil quanto menos treinado estiver.
O médium consciente é aquele que durante o transcurso do fenômeno tem consciência plena do que está ocorrendo. O Espírito comunicante entra em contato com as irradiações perispirituais do médium, e, emitindo também suas irradiações perispirituais, forma a atmosfera fluídica capaz de permitir a transmissão de seu pensamento ao médium, que, ao captá-lo, transmitirá com as suas possibilidades, em termos de capacidade intelectual, vocabulário, gestos, etc. O médium age como se fosse um intérprete da idéia sugerida pelo Espírito, exprimindo-a conforme sua capacidade própria de entendimento.
Esta forma de mediunidade será tanto mais proveitosa quanto maior for à cultura do médium e suas qualidades morais, a influência de espíritos bons e sábios, a facilidade e a fidelidade na filtração das idéias transmitidas. Seu desenvolvimento exige estudo constante, bom senso e análise contínua por parte do médium. Assim, os Espíritos comunicantes preferem aquele médium que tem o cérebro povoado de conhecimentos adquiridos na sua vida atual e o seu Espírito rico de conhecimentos latentes, obtidos em vidas anteriores, de forma a facilitar as comunicações. Os Espíritos encontram no cérebro do médium os elementos próprios a dar ao seu pensamento a vestidura da palavra que lhe corresponda.    Essa a razão por que, seja qual for a diversidade dos Espíritos que se comunicam com um médium, os ditados que este obtém, embora procedendo de Espíritos diferentes, trazem, quanto à forma e ao colorido, o cunho que lhe é pessoal. Quando os Espíritos são obrigados a servir-se de médiuns pouco adiantados, muito mais longo e penoso se torna o nosso trabalho, porque são forçados a lançar mão de formas incompletas, decompondo os pensamentos e a ditando palavra por palavra, letra por letra.
Dizemos que o médium é semi-consciente quando a Entidade Astral influencia parte do campo mental do médium. O médium sofre uma semi-exteriorizacão de seu corpo astral em presença do Espírito comunicante, com o qual possui a devida afinidade; ou quando houve o ajustamento vibratório para que a comunicação se realizasse. Há irradiação e assimilação de fluidos emitidos pelo Espírito e pelo médium; formando a chamada atmosfera fluídica; e então ocorre a transmissão da mensagem do Espírito para o médium.
O médium vai tendo consciência do que o Espírito transmite à medida que os pensamentos daquele vão passando pelo seu cérebro, todavia o médium deverá identificar o padrão vibratório e a intencionalidade o Espírito comunicante, tolhendo-lhe qualquer possibilidade de procedimentos que firam as normas da boa disciplina mediúnica. Terminada a transmissão da mensagem, muitas vezes o médium só lembra, vagamente, do que foi tratado. Ainda na forma semi-consciente, embora em menor grau que na consciente, poderá haver interferência do médium na comunicação, como repetição de frases e gestos que lhe são próprios, motivo porque necessita aprimorar sempre a faculdade, observando bem as suas reações no fenômeno, para prevenir que tais fatos sejam tomados como “mistificação”. Gesticulação, trejeitos, fungação, bocejos, gritos, choros, risadas, bater as mãos e pés e até sotaque em idiomas estrangeiros são atitudes decorrentes da má educação mediúnica.
A mediunidade na fase de inconsciência se processa através da atuação direta da Entidade Astral na totalidade do campo mental do médium, dirigindo assim toda a rotação de seu corpo astral. Se caracteriza pela inconsciência do médium quanto a mensagem que por seu intermédio é transmitida. O fenômeno se dá como nas formas anteriores, somente que numa gradação mais intensa. Exteriorização perispiritual, afinização com a entidade que se comunicará, emissão e assimilação de fluidos, formação da atmosfera necessária para que a mensagem se canalize por intermédio dos órgãos do médium, são indispensáveis.
Embora inconsciente da mensagem, o médium é consciente do fenômeno que está se verificando, permanecendo, muitas vezes, junto da entidade comunicante, auxiliando-a na difícil empreitada, ou, quando tem plena confiança no Espírito que se comunica, poderá afastar-se em outras atividades.
O médium ainda é o responsável pela boa ordem do desempenho mediúnico, porque somente com o seu consentimento ou com a sua conivência que o Espírito realizar algo. Se o Espírito comunicante quiser lhe causar algum dano ou realizar algo que venha contra seus princípios, ele imediatamente tomará o controle do seu organismo, despertando.

Geralmente, o médium, ao recobrar sua consciência, nada ou bem pouco recordará do ocorrido ou da mensagem transmitida. Fica uma sensação vaga, comparável ao despertar de um sonho pouco nítido em que fica uma vaga impressão, mas que a pessoa não saberá afirmar com certeza do que se tratou.
A mediunidade inconsciente é uma das mais raras no gênero. Para que o médium se entregue plenamente confiante ao fenômeno dessa ordem, é necessário que ele tenha confiança na sua faculdade, nos Espíritos que o assistem e, principalmente, no ambiente espiritual da reunião que frequenta.
As demais pessoas que participam da reunião têm importância fundamental, pois, através de seus pensamentos, determinam um clima à realização do fenômeno. Assim, todos os participantes, médiuns, doutrinador, Espírito comunicante, mentores espirituais, tem grande importância na realização do intercâmbio mediúnico.

Velas

Quando acendemos uma vela, pensamos, pedimos e, às vezes oferecemos em louvor a determinada Entidade Espiritual. O poder da vela não se prende ao aspecto de iluminação ou centelha de Luz Astral, mas sim ao de ser o condensador, o amplificador e o repetidor da idéia, pois enquanto a vela estiver acesa, ela refletirá o pensamento e a idéia de quem a acendeu. Mas para isso, amplificará e repetirá constantemente a idéia, fazendo-a penetrar no plano astral.

A vela acesa também põe em movimento as Forças Sutis da Natureza, pois um elemento sólido – a vela (Terra) – quando acesa (Fogo), se transforma em elementos aéreos (Ar) e líquidos (Água), movimentando assim as 4 forças, coesiva, radiante, fluente e expansiva.

Quanto às cores das velas, fazem uma verdadeira salada mista. Ora, pelo que expusemos a respeito do funcionamento das velas, pode-se observar que não é imprescindível o uso das cores nas mesmas. Sabemos que cor é vibração, mas achamos melhor que se use a vela na cor branca. O branco é a somatória de todas as cores, servindo pois para toda e qualquer Vibração ou Linha.

Roupa Branca

Os Médiuns do Terreiro trajam roupas brancas, sem adereços. Branco, pois essa é uma cor que reflete todas as demais, e como cor é energia, e energia é vibração, haverá profunda reflexão positiva de vibrações enviadas pelos Caboclos, Pretos-Velhos, etc.

Guias

As “guias” – espécie de colar de uso na Umbanda – são verdadeiros escudos e armas, até de ataques, contra certas correntes negras ou oriundas de baixa magia, sendo seu uso indispensável. Embora tenham os fluidos básicos da Entidade atuante e em maior quantidade os fluidos do médium, sabe o médium que somente ele é que precisa do uso de guias e escudos, já que sua Entidade não tem necessidade nenhuma. O efeito vibratório das pedras que compõem a guia desassocia as possíveis correntes negativas, e servem ainda para facilitar a ligação do médium aos elementos vibratórios que a Entidade Espiritual manipula.
As guias são de duas espécies: as guias naturais, que movimentam forças naturais, e as guias sugestivas, as quais têm efeito psicológico positivo sobre os irmãos que delas fazem uso. As guias naturais são aquelas com as quais seus constituintes captam energias, formando campos elétricos/magnéticos e gerando campos de forças atrativas ou repulsivas. Todos os elementos naturais, têm suas funções específicas, mas que só terão valor se passarem pelo ritual de imantação e ligação com as Entidades atuantes dentro.
O que se pede é que não haja grandes quantidades. Uma única guia bem preparada supera em muito 10 ou 100 sem nenhum preparo. O importante é a qualidade e não a quantidade. É importante lembrar que as guias devem ser usadas apenas nas consultas, nas rezas nos trabalhos e em certas condições especiais, jamais devem ser usadas por baixo das roupas, no dia a dia.

Passe

“O Passe é um ato de amor na sua expressão mais sublimada. É uma doação ao paciente daquilo que o médium tem de melhor, enriquecido com os fluidos que o seu guia espiritual traz, e ambos – médium e Benfeitor espiritual – formando uma única vontade e expressando o mesmo sentimento de amor”. (Suely Caldas Schubert. – Obsessão/Desobsessão)
Consiste em captar fluidos sutis e benignos capazes de alterar vibrações existentes e, quando irradiados sobre o paciente, atua como revitalizador, dispersando fluidos negativos contraídos e auxiliando na cura das enfermidades. É um trabalho de magnetização, ou seja, o próprio médium doa seus fluidos, utilizando a força magnética existente no seu próprio corpo astral, inspirado pela equipe espiritual que auxilia o trabalho.
O médium curador além do magnetismo próprio, tem o dom de captar, condensar, e dinamizar os fluídos cósmicos e transmiti-los para a zona doente de forma ordenada . Os fluídos transmitidos possuem propriedades e efeitos que variam de acordo com a fonte geradora, de vibração específica, como por exemplo o sentimento do médium durante a emissão dos mesmos.
Entretanto, para que o paciente apresente melhora, ele deve reeducar sua atitude mental, afastando a causa do desequilíbrio patológico, através de pensamentos positivos, fé e esperança. Porém, as moléstias de ordem cármica só podem ser curadas se houver merecimento do paciente, mas mesmo assim, sempre haverá benefícios para o mesmo.

Corrente Magnética (Desobsessão)

Os trabalhos de desobsessão coletiva utilizam as correntes magnéticas ou correntes de força para atrair entidades, formas mentais e concentrações fluídicas de diferentes matizes, sob o controle e supervisão de Espíritos trabalhadores do bem. As correntes magnéticas equivalem a um poderoso gerador que, expandindo-se na órbita das salas de tratamento, alcançando os pacientes encarnados e desencarnados.
A partir da emissão energética dos médiuns e da assistência, aliada à corrente magnética espiritual elaborada pelos Espíritos colaboradores, forma-se um verdadeiro “redemoinho” que atrai para o seu centro os Espíritos programados ou autorizados ao socorro espiritual do momento. Esse mesmo redemoinho forma um canal magnético, pelo qual, em seguida, os Espíritos em atendimento são conduzidos às regiões espirituais de tratamento.
Sabemos que todo ser humano irradia de si um fluido vital e que o seu pensamento influencia, de maneira decisiva, na doação de princípios curadores. Sabemos também que os Espíritos atuam sobre tais fluidos, manipulando-os por meio do pensamento e da vontade. O fluido espiritual combinado com o fluido humano dá a este último as qualidades que lhe faltam para tratar os irmãos necessitados. Dessa forma, todos os presentes contribuem com o trabalho doando fluidos, e por isso, devem manter seus pensamentos sempre puros e elevados.
As pessoas que formam a corrente têm diferentes “cargas fluídicas”. A diferença de potencial “fluídico” entre elas, aliada à corrente magnética espiritual dos Espíritos colaboradores, forma uma corrente mental, onde aqueles que possuem mais fluidos doam para aqueles que possuem menos, buscando um equilíbrio. Assim, podemos afirmar que a corrente magnética, por si só, tem um amplo poder revitalizador, se estiver harmoniosa.

Cambono

Os Pretos-Velhos e os Caboclos usam um linguajar simples, próprio, característico dos escravos que viviam em várias regiões da África ou de Índios Caboclos que habitavam as matas. Por esse motivo, as Entidades de Umbanda nem sempre são capazes de se fazerem entendidas em sua linguagem, necessitando que os médiuns cambonos sirvam-lhes de intérpretes.
A responsabilidade de um médium cambono é muito grande. Ele é responsável pela Entidade que auxilia e deve dominar o vocabulário da mesma para transmitir fielmente suas orientações. É preciso que ele saiba também analisar o que a Entidade transmite a fim de evitar falsas orientações, advindas de mistificadores, ou distorções e dúvidas extraídas de más interpretações do que a Entidade falou.
O médium cambono deve guardar sigilo de tudo que ouvir durante as orientações com as Entidades, sendo-lhe proibido qualquer comentário a respeito de qualquer assunto tratado. Diante da responsabilidade de um cambono, cabe-lhe estudar a doutrina e viver o Evangelho, para que possa assumir com eficiência tão importante função.

Culto no Lar

O que é?

O culto do Evangelho no Lar foi instituído por Jesus na residência de Simão Pedro, em Carfanaum, e é recomendado constantemente pelos Espíritos Superiores. Apresenta-se como uma necessidade urgente na época de perturbação em que atravessamos, pois proporciona aos indivíduos a vivência da mensagem cristã e a benção da libertação espiritual pelo crescimento. É uma reunião espiritual, familiar,constituída de preces, leituras e comentários, com base em textos evangélico-doutrinários.

Finalidade

  1. Evangelizar e harmonizar a família; 2. Unir as pessoas sob a inspiração de Jesus;3. Higienizar o clima fluídico-vibratório do lar; 4. Facilitar o trabalho protetor dos Espíritos Benfeitores;5. Amparar e esclarecer os encarnados e desencarnados.

Roteiro

  1. Escolher um dia da semana e um horário fixos para a reunião, que terá duração máxima de 20 minutos;2. Manter um recipiente com água sobre a mesa para ser fluidificada  durante o culto e bebida ao final da reunião; 3. Fazer uma prece de abertura;4. Fazer a leitura de um trecho de uma obra evangélico-doutrinária edificante;5. Comentar o trecho lido pelos participantes, sempre em clima harmonioso e fraterno;6. Meditar sobre o trecho lido e as argumentações; 7. Proferir uma prece de agradecimento e encerramento.

Obras recomendadas para o Culto do Evangelho no Lar:

O Evangelho Segundo o Espiritismo; O Evangelho à Luz do Cosmo; Agenda Cristã, Boa Nova; Caminho, Verdade e Vida; Ementário Espírita; Falando ao Coração, Fonte Viva; Glossário Espírita Cristão; Jesus no Lar; Luz o Lar; Palavras de Vida Eterna; Pão Nosso; Vinha de Luz e outros.

Obs.: Este conteúdo foi criado com o objetivo de explicar alguns procedimentos encontrados no C.E.U. Pai Joaquim. Os textos que descrevem cada item foram elaborados a partir de conceitos gerais, pois a mãe Umbanda é a mesma em todo o Universo. Os textos encontrados aqui tratam os temas de forma superficial, cabendo ao visitante se aprofundar nas questões que lhe interessar.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

  • Lições de Umbanda: 2ª Edição. Apostila do Curso de Umbanda 2009/2010.
  • Rivas Neto, F; Umbanda: a Proto-Síntese Cósmica. 3ª edição. São Paulo: Pensamento, 2002.